Procrastinação: Dificuldade em gerir o tempo ou as emoções?

Data

29 de dezembro de 2022

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Deixar tarefas para depois é uma estratégia comum do nosso cérebro, o problema é quando a procrastinação acontece sempre.

 

A procrastinação está e estará presente na vida da maior parte de nós. Pesquisas recentes, provam que cerca de 20% dos adultos possuem procrastinação crônica. A procrastinação sempre foi associada à preguiça ou falta de organização, porém não é bem assim.

Por exemplo, se você pudesse escolher entre ir para a academia ou ficar no sofá assistindo TV, o que você escolheria? Com certeza, a segunda opção parece bem mais convidativa. Isso não faz de você mais preguiçoso(a), apenas humano: é a escolha óbvia para o nosso cérebro, pois ele analisa o tempo todo a relação entre custo, benefício e tempo.

 

Escolhemos, consciente ou inconscientemente, a alternativa que oferece o menor esforço para obter a melhor recompensa em menos tempo. O problema é que, no dia a dia, temos que cumprir várias tarefas que exigem esforço, tempo de dedicação e não são nada interessantes, como estudar para uma prova, lavar a louça ou concluir um trabalho no prazo. Por conta do sistema de recompensa cerebral, quando nos deparamos com essas atividades, a primeira reação é procrastinar.

 

A procrastinação é definida como o adiamento de forma voluntária de algo, mesmo que haja uma consequência negativa, como forma de aliviar alguma questão emocional. Percebe-se que a procrastinação é natural e tem ligação direta com o estado emocionalEla  não é um diagnóstico de saúde emocional, mas um sintoma de que algo não vai bem.

 

Muitas vezes, a raiz desse comportamento está atrelada a questões mais profundas, como a ansiedade, depressão, medo, baixa autoestima, impulsividade, perfeccionismo e outros fatores emocionais. Na dificuldade em lidar e regular as emoções, fazemos uma “compensação”:  adiar a “tarefa principal” para não lidar com a dificuldade de realizá-la e realizar outra mais prazerosa, como forma de aliviar o que causa incômodo. Essa compensação e procrastinação vai de via contrária ao seu  desenvolvimento pessoal ou profissional, além gerar sentimentos de frustração e culpa por não realizar o que desejava e era prioridade.

 

Então, o que fazer?

É fundamental compreender as causas que te levam a esse ciclo de adiamento para depois desenvolver mecanismos e estratégias que o evitem. Mas para já iniciar, de forma geral, você pode: 

  • Manter bons hábitos de vida (ter uma rotina, alimentar-se corretamente, dormir bem, controlar o estresse e praticar atividades físicas); 
  • Organizar sua agenda (separar quais serão as tarefas urgentes, as importantes e as que poderão ser flexibilizadas); 
  • Expor-se ao tédio (não precisa viver em um mundo com tantos hiperestímulos, portanto desligar as notificações do celular e tempo de uso de redes sociais, por exemplo, pode ser positivo).

Entenda a necessidade de olhar para si e refletir sobre as suas dificuldades e emoções, pois será através dessa análise que você poderá compreender os mecanismos e estratégias que fazem sentido para você. Esse é um processo individual e singular.

Se entender que precisa de ajuda, entre em contato. Vamos juntos?

 

Jéssica Santos