A SAÚDE MENTAL DAS MULHERES

Data

20 de março de 2024

Compartilhar:

As mulheres lidam com uma gama de obstáculos que impactam, negativamente, sua saúde mental. A pressão para conciliar as demandas da carreira, da vida familiar e pessoal, frequentemente interna ou socialmente imposta, dificultam que encontrem tempo para o autocuidado. O estigma e a discriminação associados à saúde mental feminina também são barreiras para buscar ajuda.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres correm um risco maior de desenvolver transtornos mentais como ansiedade e depressão em comparação aos homens. Elas, também, são mais suscetíveis a transtornos de estresse, incluindo a síndrome do pânico.

É importante ressaltar a necessidade de cuidado e apoio adequados, considerando desafios como violência, traumas, questões de saúde reprodutiva e perinatal, desigualdade de gênero, discriminação, e pressões sobre autoestima e imagem corporal.

Um estudo do Instituto de Psiquiatria da USP indica que 40,5% desenvolveram depressão, 34,9% ansiedade e 37,3% estresse. Esses dados destacam a urgência em promover o bem-estar e fornecer suporte adequado para os desafios das mulheres no país.

 

QUAIS OS DESAFIOS QUE A SAÚDE MENTAL DA MULHER ENFRENTA?

Os desafios são complexos e influenciados por uma série de fatores biológicos, sociais, culturais e econômicos.

O estigma e a discriminação em torno da saúde mental representam barreiras significativas, levando muitas vezes ao julgamento social e à hesitação em buscar tratamento. A violência de gênero, incluindo a violência doméstica e o abuso físico, emocional ou sexual, tem um impacto devastador, com traumas que podem persistir por muito tempo e exigir cuidados especializados.

Existe, também, a desigualdade de gênero, que afeta as mulheres de diversas maneiras, como disparidades salariais e falta de acesso a oportunidades educacionais e profissionais, contribuindo para o estresse e a ansiedade.

Questões de saúde reprodutiva, como distúrbios menstruais, gravidez, pós-parto e menopausa, também têm um impacto significativo. Além disso, muitas enfrentam dificuldades para acessar serviços de saúde mental de qualidade devido a barreiras financeiras, geográficas ou culturais, e há uma carência de centros clínicos especializados e de treinamento ou pesquisa na área.

A dupla jornada, de equilibrar responsabilidades domésticas com o trabalho remunerado, pode levar ao estresse crônico e à exaustão mental. Durante a maternidade, a saúde mental é particularmente crucial, pois transtornos como a depressão pós-parto afetam não apenas a mãe, mas também o desenvolvimento emocional da criança.

Para enfrentar esses desafios, é necessária uma abordagem panorâmica e integrada que inclua conscientização pública, políticas públicas, acesso facilitado a serviços de saúde e a redução do estigma associado às questões psicológicas. É essencial que haja um esforço coletivo e individual, reconhecendo a complexidade e a interconexão dos fatores que afetam o bem-estar psicológico de todas.

 

QUAL A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL DAS MULHERES?

A saúde mental é crucial para o bem-estar individual e coletivo, impactando significativamente as famílias, comunidades e a sociedade em geral. Uma boa saúde mental permite que as mulheres enfrentem desafios diários e desfrutem de uma vida equilibrada e satisfatória.

As mulheres desempenham papéis fundamentais na família e na comunidade, influenciando, positivamente, o ambiente familiar e contribuindo para um entorno emocionalmente saudável. Além disso, aquelas com saúde mental controlada são mais produtivas e contribuem para o crescimento econômico.

Discutir abertamente sobre o assunto ajuda a reduzir o estigma e a discriminação, encorajando a busca por ajuda sem medo de julgamentos. Isso não só previne problemas psicológicos, mas também melhora a qualidade de vida e reduz o sofrimento emocional.

A promoção da saúde mental feminina é essencial para prevenir a violência de gênero, muitas vezes ligada a questões psicológicas não tratadas, e é um passo fundamental para alcançar a igualdade, permitindo oportunidades iguais de sucesso e bem-estar. Ela, também, afeta diretamente a saúde reprodutiva, com suporte adequado durante períodos como gravidez e pós-parto, sendo vital para prevenir transtornos psicológicos.

Mulheres com boa saúde mental são mais resilientes a desafios sociais e econômicos, portanto, é crucial que haja políticas públicas eficazes, serviços de saúde acessíveis e programas de conscientização que promovam o bem-estar psicológico e a igualdade de gênero.

Seguimos juntas!

 

Jéssica Santos