Sempre haverá um momento em nossa vida que alguém importante e muito querido já não estará mais conosco. E nesse momento somos invadidos pela dor da falta, da ausência… a festa não tem mais o mesmo brilho, a mesa tem um lugar desocupado, a fotografia que registra o momento especial não tem mais aquela pessoa, não tem o discurso daquela outra pessoano momento do brinde…
Perder um ente querido é muito difícil e quando se aproxima das datas comemorativas se torna mais desafiador lidar com a nossa dor, o nosso luto. Quando se perde alguém, cada momento festivo, seja natal, ano novo, dia das mães, dia dos pais, aniversários ou outros dias marcantes para você, se torna momento, também, de introspecção… de poder olhar para aquelas memórias afetivas em que a pessoa que se foi estava presente e de acolher seus sentimentos e sua saudade.
Muitas das comemorações, como as de Final do Ano que acontecem no trabalho, no grupo de amigos e na família, não são apenas a festas, são rituais para alimentar nossos vínculos. Nos vínculos compartilharmos alegrias, mas, também, dividimos as dores. Ter essa compreensão sobre essas celebrações nos ajuda a tirar o peso dos ombros da “felicidade idealizada” que vemos nos comerciais de TV e da “obrigação” de nos sentirmos alegres e gratos ao final do ano, como se a felicidade anulasse a tristeza.
É preciso romper com a falsa dicotomia de que “se eu estou triste, é porque eu não estou feliz e vice-versa” e compreender que somos mais complexos. Na maioria dos momentos da nossa vida temos uma enorme ambivalência de sentimentos. Compreendemos que há a possibilidade de estar presente na festa e de sentir alegria, mas, também, de tristeza.
Esses sentimentos opostos, que coexistem, podem ser sentidos e acolhidos por você. Podem estar na festa com você… sendo compartilhados e divididos com aqueles que possui “vínculo” e que ainda são presentes em sua vida. No primeiro ano, após a perda, é a primeira vez sem aquela pessoa na data importante e será muito difícil, mas depois virá o segundo ano, o terceiro… novas vivências, construindo uma nova memória à você sobre essa data e seus vínculos.
Que neste final de ano, você se respeite e se acolha. Que seja possível novas vivências e novas memórias.
Com carinho,
Jéssica Santos